quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ENTREVISTA COM UM PROFISSIONAL DA FACULDADE SUMARÉ

Entrevistado: Professor Ramom Casas Vilarino

Professor há vinte anos, com Bacharelado e Licenciatura em História, Especialização em História, Sociedade e Cultura, Mestrado em História Social e Doutorado em Ciências Sociais - Ciência Política. Atualmente, além da Faculdade Sumaré, onde trabalha desde julho de 2003 (graduação e pós-graduação), é titular de cargo efetivo na Secretaria de Gestão Pública do Estado de São Paulo como Especialista em Políticas Públicas.


1ª) A educação no Brasil tem sido criticada pela sua baixa qualidade, especialmente na rede pública! O que acha que é preciso fazer para melhorar?

A melhoria da educação passa por muita coisa. Formação de professor, tanto do ensino superior quanto do seu aluno, o professor que entra na educação básica. Precisamos rever currículo, carga horária, tarefas, requisitos para ser docente no ensino superior etc. Os alunos e os professores lêem pouco e acham que uma boa aula é fruto apenas de técnicas (didática). Sem leitura não há boa educação! É preciso também melhorar o salário e a perspectiva de carreira dos professores, pois, hoje, não é uma carreira atraente e minimamente respeitada, seja do ponto de vista social, seja do profissional, a começar pelos donos de estabelecimentos de ensino. Seria interessante que a população fosse incentivada a conhecer os Parâmetros Curriculares Nacionais e ajudar a implementá-los, mas a realidade é que nem os professores o conhecem. Assim, há muita coisa a fazer para que a educação tenha uma melhora em sua qualidade.

2ª) Por que escolheu ser professor?

Escolhi ser professor porque achei uma profissão fascinante, que, entre outras coisas, me permitiria estudar e aprender enquanto trabalho. Gosto de estudar, e para estudar mais, a atividade docente me cai como uma luva - ainda que tenhamos que vigiar para não pegarmos tantas aulas e atividades que nos impeçam de ler e estudar o que ensinamos, o que acontece com a maioria dos profissionais da educação. Comecei na profissão para experimentar, fui convidado para lecionar e no mês de setembro completo 21 anos de magistério.

3ª) Você esta realizado na sua profissão?

Como professor, procuro não ter uma existência vazia. Acho que não me sentiria assim em outra atividade. Tentei ser jogador de futebol, gostaria de ser músico, mas, como professor acho que me saio bem e me realizo às vezes. Não me sinto realizado todos os dias.

4ª) Você é um professor intelectual muito bem conceituado. Tem muita experiencia profissional. Que mensagem você pode deixar para nós, futuras pedagogas?

Minha mensagem para vocês é que leiam o quanto puderem, pois a atividade docente é intelectual por excelência. Não abdiquem disso. Sem leitura, caímos na alienação e na mesmice, não conseguimos observar criticamente o que está ao nosso redor, e se o professor se aliena, seus alunos correm o risco de também se alienar. A escola deveria combater a alienação, e a principal arma ainda é o estudo. Exercitem também a redação, pois o professor deve ser capaz de se expressar com alguma clareza, seja oralmente, seja por escrito. Se ele não consegue, quem poderá fazê-lo?


Grupo das 7 mulheres:
Arleide – RA 1016930
Edirailde – RA 1015435
Louri Sônia – RA 1011011
Marisa - RA 1015345
Roseli – RA 1010159
Rosiele – RA 1010243
Rosinalva – RA 1015452

2 comentários:

  1. Muito boa idéia entrevistar o Ramon, um professor maravilhoso, que muito contribuiu para nosso início de curso.
    A Josi quase morreu de inveja de vocês...
    beijos
    Emilia

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  2. Nos faz refletir sobre nossa profissão....
    Quando ele fala, não se realizar todos os dias, e sim algumas vezes, nos mostra claramente a consciência que tem da vida e de sua profissão, obrigada pela mensagem isso sim faz valer a pena!!!!
    Mexeu muito comigo.....

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