Os Compadres Corcundas
(CONTO BRASILEIRO)
Robson A. Santos
Era uma vez dois compadres violeiros. Além de violeiros, eram corcundas, o que os incomodava muito, pois todos na cidade riam quando eles passavam. Mas quando pegavam na viola, os compadres faziam o povo dançar e cantar com alegria. Certo dia, um deles foi convidado para tocar em um baile na cidade vizinha. Mas ele precisava voltar para casa antes de anoitecer, já que passaria por dentro de uma mata virgem.
Porém, o compadre se empolgou tocando no baile e acabou esquecendo da hora. Então, despediu-se do pessoal e saiu. Apavorado, foi entrando na mata até que, mais à frente, viu uma claridade de fogueira e ouviu um barulhão. Escondido, foi se aproximando para ver quem estaria ali àquela hora. Quando se aproximou, que susto! Era um bando de sacis. Eles usavam carapuça vermelha, fumavam cachimbo, pulavam e dançavam às gargalhadas. Ele ficou com muito medo e resolveu se esconder.
Mas quando se mexeu acabou pisando em um galho seco, que estalou. Nem bem ele piscou o olho e se viu rodeado de sacis. O compadre tremia mais do que vara verde, mas o sacizão, chefe do grupo, olhou para a viola dele e perguntou:
- Você é violeiro?
- Sou sim.
- Então não se preocupe, não vamos fazer mal a um violeiro. Toque para nós dançarmos.
E assim o compadre tocou lindas modas para os sacis se divertirem. Quando estava para clarear, o sacizão fez sinal para ele parar de tocar.
- Muito bem, meu amigo, você foi muito bom conosco e agora vamos lhe dar um prêmio. Peça o que quiser: ouro, joias, dinheiro, luxo...
O compadre pensou e viu que nada daquilo era importante para ele. Só havia uma coisa que queria.
- Seu Saci, se o senhor puder tirar minha corcunda eu ficaria muito feliz.
- Mas isso é fácil demais. E dizendo isso passou a mão na corcunda do compadre, tirando-a e jogando-a atrás de uma moita. Feliz, ele se despediu dos sacis e voltou para casa.
Ao chegar na cidade, encontrou seu compadre, que quis saber como o amigo se livrou da corcunda. E aí ele contou toda a história para o amigo, que resolveu que também iria atrás do saci. E assim fez. Noite alta e viola nas costas, dirigiu-se ao local dos sacis. Já chegou pisando nos galhos e tudo aconteceu da mesma forma que na noite anterior. Ele tocou viola, os sacis dançaram e quando chegou a hora de a sacizada ir embora, o sacizão disse:
- Como você foi muito bom para nós, pode pedir o que quiser: joias, ouro, dinheiro, luxo...
Quando ouviu falar desses presentes, os olhos do compadre brilharam.
- Eu quero tudo aquilo que meu compadre não quis.
Na mesma hora o saci passou a mão no mato e pegou a corcunda do compadre, colocando-a em cima da outra corcunda. Ele voltou para a cidade com ouro, jóias, dinheiro e uma corcunda maior ainda, o qu fez com que todos na cidade dessem mais risada dele.
E saci pra lá, saci pra cá, quem souber outra é só contar.
Dicas para contar a história para seus alunos:
Utilize os seguintes recursos:
* 2 vasilhas plásticas (simbolizando as corcundas)
* 1 cone de lã, vazio e pintado de vermelho (saci)
Conte a história utilizando as vasilhas para representar os compadres. Quanto mais arredondadas, melhor ficarão as corcundas. Siga apenas com uma vasilha, que encontrará com o saci (cone). Quando o sacizão tirar a corcunda, esconda uma vasilha. Continue com a outra (o segundo compadre) e junte as duas quando o sacizão colocar a corcunda no segundo compadre.
Dica: não reforce a moral do conto (ganância), deixe que as crianças reflitam sobre isso e tirem suas conclusões.
Robson A. Santos é mestre em Educação, Arte e História da Cultura, pedagogo, folclorista, escritor e contador de histórias.
Escola é ...
... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.
O Diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados"
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.
Nada de ser como tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se "amarrar nela"!
Ora é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil!
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.
(Paulo Freire)
Equipe: Grupo das 7 mulheres
Arleide – RA 1016930
Edirailde – RA 1015435
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Rosiele – RA 1010243
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