quinta-feira, 15 de julho de 2010

A realidade da sociedade

Dentre os artigos e discussões sobre meninos de rua, 99 % referem-se ao estatuto da criança e demais remédios para cuidar deles. Somente 1% refere-se à prevenção. Concordamos com as causas mais comuns apontadas: desigualdade na distribuição de renda, fatores familiares, educação, saúde, saneamento básico, êxodo rural, etc. Concordamos também que devemos cuidar das crianças abandonadas. No entanto, não concordamos que quase nunca se inclua nas discussões o planejamento familiar, que é a prevenção fundamental.
No Brasil, além de não exigir-se responsabilidade de quem gera crianças, ainda acredita-se que é dever do Estado criá-las. Só um acéfalo não vê o perigo que ronda nosso país, que cresce a uma taxa anual de 1,89%, e assim duplicará sua população em menos de 40 anos.
As discussões morais e discursos demagógicos são irresponsáveis e iludem grande parte da sociedade desejosa de ajudar os meninos de rua. Ao insistirmos em remediar esse quadro, estamos empurrando os carentes para o caos social e total e recebendo em troca a violência em doses cada vez mais acentuadas. Estamos, na realidade, dando aspirina a um doente com infecção. NORT, Egon,in Folha de São Paulo, 9 julho 1992
Roseli dos Santos Barbosa RA1010159 unidade imirim

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